sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

PESQUISANDO O ESCURO


Enfio no mundo os olhos
Vejo clara uma janela
O limite da força e da palavra,
Cerca que limita o horizonte.
E na lágrima da noite se esconde
A esperança vagante que agoniza.

A vida que silência a dor da alma
Dói estranhamente, demente e insone
Arrasta o corpo sem entendimento
Que mais e mais sofre
E menos sabe
Encarnada não me livro, como pesa...

Vejo aqui no parapeito,
A noite cair sobre o chão
Espetado de luzes.
Deixo que a ânsia de poesia acabe
Em amores ou dores
Ninguém sabe direito...

O escuro é esconjuro da clareza,
Certeza da dureza
Do chão ao chegar
Ao fim do pulo
Em nossas próprias profundezas
Escura e difusa beleza.



3 comentários:

Guará Matos disse...

O silêncio da alma, é escuridão dos pensamentos e a perdição dos caminhos.
As vezes procurmaos um interruptor e não achamos, abrimos a gaveta e o toco de vela, lá não esta mais.
Só reta um olhar pras estrelas, se for noite de céu claro.
Abraços.

Wanderley Elian Lima disse...

Chegar em nossa profundeza pode ser belo mas também pode ser perigoso. Desconhecemos os mistérios de nosso inconsciente.
Abração

Evandro L. Mezadri disse...

Bela poesia, já virei fã.
Você tem uma abordagem poética muito filosófica da vida, envolvendo nosso subconsciente em uma viajem misteriosa.
Grande abraço e sucesso!