segunda-feira, 1 de março de 2010

SOB O SOL


Enorme esfera!
Doura o mundo
Enxuga orvalhos e lágrimas
Dardeja campos e crâneos.
Tenho pressa em vosso rastro,
E o medo das horas frias.
O farol que busco em ti
Só me deixa escuridão.

Meu dia repisa teu caminho.
Réstea de luz,
Clareia meus escuros
Advindos de tudo
Sofrido, servido, sentido ido...

Chega por fim o meio dia,
A pino torra tudo.
Furor dantesco,
Não sinto ventos nem brisas
Mas a calmaria medra
Nos horizontes do dia.

Ei-lo no alto,
Quente e gigantesco
Marca-me em brasa. Inexistente
Castiga-me, de longe
Com garras de aflição
E o tempo gasta e confere.

És fera!
Com seu neon de fogo
Acende desatinos,
E depois anuncia
Que a sorte virá com a noite
E a lua virá tarde para a rua.

Sou ex fera!
Sexo e ossos velhos.
Pudesse eu, em silêncio
Penetrar sua redoma,
Me entregaria as sevícias
De dourar a pílula.

Atearia fogo em todo corpo,
Acabaria o estupro do desejar.


3 comentários:

Maria Ribeiro disse...

T@cito: poema forte, viril!O Sol e a Lua=Vida...E podes crer... a Lua chegará no momento certo...
Beijo amigo de
lusibero

Guará Matos disse...

O sol brilha e o calor seduz.
Tudo queima.

Graça Pereira disse...

Poema forte e brilhante como o sol. Gostei muito! Beijo!
Graça