sábado, 22 de agosto de 2009

É B R I O




Qual o que por curiosidade
Decifrará esse poema
Que escrevi
Por linhas travessas?

Qual o que, desarvorado
Se embriagará do meu vinho
Feito um poeta de Tasca,
De amor muito penado?

Qual o que arrependido
Erguerá o cristal
Em que baco bebeu as angustias,
e nunca recuperou o sentido?

Qual o que genuflexo
Se libertará dos complexos
Suicidando com alcool
De manhã até o por do sol?

Qual o músico que
Tocará a marcha fúnebre
No cortejo de um Bêbado
Achado morto em seu casebre?

Qual o que a horas mortas
Me abrirá todas as portas
E compartilhará comigo
O meu vício antigo?

Qual por fim
Se tornará Prometeu
Num holocausto infecundo
Que pela chuva nem vela ardeu?


3 comentários:

AFRICA EM POESIA disse...

Venho dizer que
gosto de passar por aqui
Beijos

mARa disse...

Tal qual uma vela queimando ao vento
Nossas vidas vão
Com o gosto da última gota de absinto nos lábios
Tal qual o amargo da losna na alma
Vivemos e sentimos o torpor no dia seguinte, sóbrios.
Sobramos as margens de nós e de nossos pensamentos.

Bom dia!

Um beijo!

Anônimo disse...

Ah Tácito, quem será o meu Prometeu? Seremos nós mesmos o nosso próprio sonho? Quem chamamos nas noites eternas?