O poema ignora a face que o advinha.
É a vida que ele quer
e - na encosta das fraquezas - procura-a.
Todas as manhãs
quando a boca do vento remorde alentos
há uma palavra nos nervos das árvores
que ensaia acontecer.
Ao meio dia (indecisa metade de tempo uno)
os versos
uni-versos multi-versejados
despencam das barrancas do infinito
para as águas dos rios
porque os corações anelam para sempre
o mundo pulsa para sempre
e para sempre a solidão engendra
no bosque do desencanto
poemas.
Vinde ó vós que estaveis no horizonte
vós que andáveis acarinhando cardos
com o pranto diário
vinde.
Chamo-vos todos - matadores e mortos,
todos - esperançosos ou paladinos do calafrio.
A diluição das vossas caras
na luz pouca do sol ou dos quartos
será sangue para os nervosos pincéis
do poema que se desprende.
(Principiando o aprendizado da graça!)
7 comentários:
O poema, parece ter vida própria.
Abraços.
Lindo! Leve! Liquido! Lilás! Leite Límpido Legal! Bjs!
Tacito, é um poema de metáforas e imagens belíssimas. O poema e seus caminhos e seus caprichos, o poema um ente, "uma palavra no nervo das árvores que ensaia acontecer". Lindo..
bjs!
Ah, não fossem os poemas a traduzir o que sentimos...
Ah, não fossem os poetas os tradutores do que nos vai na alma...
Beijos mil, Amigo Tácito!!!
o poema vem de dentro, e uma vez "solto" toma formas de um caleidoscópio...
lindo e forte.
beijo grande e uma Páscoa feliz !
O Poema tem tantos caminhos mas...em todos há mensagens! mas quando ele encontrar o "seu" caminho...ganhará asas e não há vento que o pare.
Gosto dos teus poemas...tu sabes!
beijo e uma boa Páscoa.
Graça
Desde o princípio a graça da arte e da sensibilidade para destilar emoções já se fazia presente ...
bjux
;-)
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