Nos sobra muito pouco!
Rastejar na sarjeta
Expor os ossos enquanto vivo
Conter o asco, enquanto
Vermes e moscas harmonizam-se
Com as flores na lápide.
Colhe o tempo o que restou,
Serve-me com a chuva
Onde estiver a semente
Com vontade de brotar.
Trazem-me em um vaso avulso
Exibo o meu grelo.
Tateiam meus ramos
Tentáculos cegos
Perdidos na rota
Incapazes de chegar
Advinham a luz inútil
Não almejam novas folhagens
Amo sem queixume o estrume!
Deixa o campo fértil
Sou a terra, estou pronto.
Maduros os grãos
Quem ao gozo os conduzirão?
Cessará o estupro da fome?
Virão ainda outras folhas!
Outros frutos
Espinhos e pragas
Águas e mágoas... Desejos.
Virá a foice da ingratidão
Virá o machado da partida.
Não há dor, não há amor
Quando a lagarta come
Seu pedaço de folha
Aceito seus dentes valentes
Mastigando com fúria
Enquanto a fome não some.
As vezes rio...
Há folhas amargas, venenos...
Deixa-me leve e limpo
Corpo para o melhor desejo
Os botões já surgem
Belo regalo aos manduruvás.
( Do pó da terra, a própria terrra...)
4 comentários:
"indecentemente" lindo ...
obs: com sua permissão gostaria de, em breve, poder posta-lo no meu blog, claro que, com todos os créditos e domínios pertinentes ...
bjux ...
;-)
Primeiramente venho agradecer-te pelo comentário na promoção que participei e venci devido ao seu comentário e de outros AMIGOS.
Segundo amei saber que você é fotografo e realmente quem sabe um dia possa me fotografar!?!
Linda poesia...
Faz-nos refletir que não há o que levar daqui...
Só os fragmentos guardados em nossa mente...
Vida renova...
Mesmo quando a morte agride...
Que você tenha um ótimo dia T@cito!!!
Agradeço pela amizade e carinho...
BJKS...
Chrys
;)
Amei a modificação do blog ficou linda...
T@cito-XANADU. do meio de todo o esterco e venenos de folhas amargas, sobressai a sensualidade, sem a qual o AMOR não vive. É bom "mastigar fúrias ao som ...do som do AMOR!
BEIJO DE LUSIBERO
ADOREI VER ESSA ALUSÃO AO FADO E AO PORTUGAL DO CHORO DAS GUITARRAS!
...beijos!
sem comentários!
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