terça-feira, 24 de novembro de 2009

BLOGAGEM COLETIVA


Um conto de amor com cheiro de néctar da flor


Como seria o não haver,
A comunhão de nossas almas,
Os suspiros e olhares?
Seria, talvez, como a morte?
Ou, sorver pouco a pouco o amargor da inexistência?
Melhor seria, então, morrer de tanto sorver esse néctar tão doce e perigoso, que de tão parecido com o amor, até o é. E neste amar, invento o texto e o contexto no qual você, inteira, acabará por se formar.
Sinto seu cheiro como torpor a embriagar-me os sentidos, eu a quero minha e apaixonada, o frescor de seu aroma de flor a percorrer os atalhos da paixão. Ver correr e jorrar de ti, o néctar que busco como lenitivo balsâmico para minhas dores angustias e tristezas, como fonte de inspiração para doces momentos de encantamento e paixão.
Quero também tua essência, não te invento o gosto inesperado. Pois, de nada vale se recolhido em sua concha dócil, na qual me enlaço e me faço conhecedor das artimanhas do amor.
Teu amor me perturba um pouco. Denso ele ata invisíveis cadeias em meus pulsos. Mas, não fujo das armadilhas suaves que pressinto a cada passo, que não evito...
Teu amor amadureceu em mim na quinta estação e a terra toda, meu corpo, transpira em seu néctar, momentos que já são eternos. Como saber da tua essência, sem o roçar suave do meu rosto em sua vegetação rasteira?
Aqueço meus sentidos com quente e inebriante perfume, sinto sob a língua a sede ávida de água e mel dentro de ti submersos. Indecifráveis promessas, coisas tuas, só tuas.
Não me acostumei a teus segredos, nunca é igual o sabor da fruta escura do teu sexo.
Uma fúria infinita volta a mim e trucida este macho inconseqüente, que de tão inebriado e submisso, fez toda secura do deserto se manifestar e acabou com qualquer vestígio do néctar da tua flor.
Encantada, admirada, ficas a ver meu furtivo atrevimento, meu procedimento impetuoso. Gosto tanto que lhe espanto. E num relance, também tomas teu caminho, indo e vindo em suas próprias rotas. Mudando sempre, sumindo, indo e vindo...
Desnorteando ao redor, ou esperando a calmaria, livre, aberta, alerta. Do movimento, só o refinamento do espremer plácido do sumo que consomes em tuas entranhas. Abasteces-te, te completas de mim com meu mel, me liquidando, nos transmutando.
Então, derramas sobre o meu corpo o volume imenso do teu olhar. Depois, fecha os olhos, e como lendo em BRAILLE, me vê com seus toques; mãos, boca, saliva...
E não apenas com esses toques inunda-me novamente com sua inundação, com seu néctar, suco, água. E de seu olhar parado, dá para mim somente as lágrimas do seu desejo agora saciado.
O néctar que há em ti, diferente do que há na flor, guarda-se em frasco de pequeno tamanho e grande fragilidade, é o teu mel, o mel da mulher. Difícil de ver, entender, saborear...
Mas, quando visível, deixa terno o homem vidente. Evidente, deixa patente a fragilidade, a doçura da mulher que o contém.
Eu sei, eu vi, eu provei. E agora, minha alma aguarda o sofrer que faz retirar-me num retiro de deserto: Sem leite, sem mel, sem carinho durmo com gosto amargo, sonhando com o néctar que ainda não foi provado, saboreando o perfume e o gosto que me restou.


T@CITO/XANADU

13 comentários:

Anônimo disse...

Bravo!!!

Abraços, poeta!

~*Rebeca*~ disse...

E assim as lembranças doces chegam no amargo no amargo dos momentos vazios. É um prazer ter um poeta do seu nível na nossa blogagem

Parabéns, Xanadu, ficou lindo.

Boa sorte!

Rebeca

-

Giulia e Mônica disse...

Lindo conto adorei...

Mônica

M@rli Oliveir@ disse...

Seu conto está a altura da blogagem coletiva, ou melhor, supera as expectativas desse momento único.

Adorei o que li, bem real esse conto, que provoca emoções no coração de quem ler.

Parabéns!!!

untouchedmilk. disse...

meldels que lindooo *________*
Adorei =D
Beijão

Unknown disse...

que delícia. tem gosto de mel.

Layara disse...

...nesse contexto acabei de te criar...as imagens falam por si

criam uma tela de prazer...

Beijos

[ficou inebriante...]

Sandra disse...

Poster diferente, com sabro de poesias.

Cada um de nós traz a sua história, conto de amor, pelo qual um dia foi vivido ou vivenciado.
Não é fácil retomar alguns desses momentos. Mas temos que ter a coragem e falar desse amor.
Este momento, foi nos proporcionado pelo blog da Rebeca, onde cada um tinha a sua liberdade de escolha e publicar o seu conto.
Fiquei muito feliz em estar participando com o blog uma interação de amigos.
Aqui todos falam do amor, comentam e compartilham.
venha e participe:http://sandrarandrade7.blogspot.com

com muito carinho seras bem recebida, lá.
Sandra

Priscila disse...

Olá
Essa postagem foi muito bem elaborada, não podia deixar de parabenizá-lo.

Beijos carinhosos.

Anônimo disse...

Conto poe´tico e de um amor muito forte e lindo!Um prazer te ler!Abraços,

Fragmentos Betty Martins disse...

.__________olá:) Tacito








".também sou participante
da "blogagem coletiva - néctar da flor"



...


lindo!_______pura poesia


.um "gosto" de leitura____________parabéns!





:)







_______________///








beijO_______ternO

Layara disse...

(K)

malhar faz mesmo bem...

inspira!


(K)

BRUNNO ALYSON DA SILVA SOARES disse...

Oi Xanadu, vim aki rapidinho so pra agradecer a visita no Cronicas

com mais calma virei pra conhecer o blog e ler coisas boas
abração