sexta-feira, 7 de agosto de 2009

F O R M A S


O verso livre é conquistado para a poesia.
Também os temas novos interessam à poesia. E que mais? Lembramos que na Europa, lá pelos idos de 1920, Jakob van Hoddis, Arthur Drey, Kasimir Edschmid e tantos outros eram expressionistas. Apollinaire, Paul Dermée, os autores que publicavam na revista L´Espirit Nouveau eram cubistas, como o chileno Vicent Huidobro. Francis Picabia, André Breton, Paul Eluard, Louis Aragon, Tristan Tzara eram dadaístas. Tristan Tzara havia feito uma "receita" de poema dadaísta:

Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço, um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.

Recorte, colagem, nonsense, escrita automática, enumeração caótica, são ingredientes da nova forma poética proposta na Europa. No Brasil, o movimento contrário à retórica vigente até então leva à oralidade na sintaxe, a uma colocação pronominal mais condizente com a fala, à fluência da linguagem e às frases curtas. Na poesia aparecem os temas modernistas e é usado o verso livre.


Fonte: Natalika - Guilherme de Almeida

6 comentários:

Batom e poesias disse...

Quanta coisa aprendi numa simples visita, Tácito.

Acho que vou experimentar a receita de poemas dadaístas.
Dependendo do resultado eu posto..rsss

bjs
Rossana

mARa disse...

Nas escolas literárias, há formas e normas,métricas e sintaxes, que as vezes se perdem inexatas em silábas métricas que pensamos: O que era mesmo? os poetas parnasianos, (não que não houvesse beleza em Vaso Chines, ou Vaso Grego com suas 12 silábas métricas)suaram eu diria como artesãos em tanta métrica e foram satirizados pelos modernistas como "sapo-tanoeiro", onde Manuel Bandeira(me rendo em rendas a Ele)em tom irônico esclarece que:
A poesia amarrada em métrica e normas e formas,são apenas letras em forma rigida exigida pelos poetas de elite. Empresto dos modernistas a fala de que hoje a poesia tem em sua característica e escorre pelas telas(inferencia minha) letras dessa sensação de "estar-no-mundo", é o que percebo em tantas escritas(algumas sem comentários, outras que rendem comentários).
Prefiro: me de um cigarro, ao dê-me um cigarro ou te amo à amo-te.
(gosto de teus texto,gosto que me enrosco em um comentário nonsense)

Um Beijo moderno! (virtual)

ótimo fim de semana! hasta lá vista!

mARa disse...

Gosto dos teus textos...rssss...enfim...só pra consertar.

Beijo!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Miss. Marli disse...

Meu lindo, as formas literárias passaram por transformações e os poetas mudaram seus estilos, sem perder a sua originalidade.
Gosto de como escreves, que não é nenhuma novidade, não é mesmo?

Ao meu poeta predileto, o meu carinho e ...

Beijos eternos...

Rafael Sperling disse...

Já tinha lido em algum lugar esse poema do Tristan Tzara... muito bom !! Também já fiz um poema de escrita automática, pena que o perdi aqui em casa... Eu gostava dele, se chamava "Onânodes de Belrreia"!AHuahahuhau
Abraço