terça-feira, 14 de julho de 2009

P E R E G R I N O S


Dentro da noite há
Uma alma triste
Com seu rosto
Com seus olhos
Com sua angústia.

Quem vai sofrer?
Sei que serei eu
Pois, não quero amanhecer.
Oro, penso em ti
Reluto em adormecer.

Outras noites vão surgir.
Mesmo sabendo, canso de esperar
Não aprendi a paciência
Apenas quero ir
Tenho medo que não possa vir.

Encontro com você sem você
Susto e infelicidade.
Pela madrugada
Encontro rastros
Do dia que vai se vingar.

Antes que acabem meus gemidos
Preciso dormir
Pensar em silêncio
As coisas serenadas
Os cães latindo sabem.

Mas, eu juro!
A claridade não me tocará
Não haverá serenidade
Neste coração que uiva
Vigiarei em vigília até você voltar.

Seremos peregrinos
Apenas mais dois.
Em sua mão meu sonho
Em meu sonho
O gesto de sua mão.

Nada de abrigo para andarilhos
Apenas dois e não somos nada
Na quantidade dos que vão.
Pior que o inferno é estar no sonho
Na cabeça culpada do sonâmbulo.

Enquanto a madrugada do amor
Não se fizer manhã
Te amarei
Brincarei com estrêlas
Trocarei auroras por um ocaso apenas...


T@CITO/XANADU

2 comentários:

mARa disse...

LInda Poesia!

Amei, pois nas noites insones há mesmo o latido dos cães, e nós acuados em nossos recantos de solidão.
Calo essas noites insones com viagens pelos Horizontes que me levam além, além do sonhar.

Um Beijo Lilás!

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

o sonhar é a âncora de uma vida plena ...

adorei a sua contextualização no poema ... lindo ...

;-)