quarta-feira, 15 de julho de 2009

RÉQUIEM PARA UM VIAJANTE




O mundo sempre padeceu do desejo de viajar...

Todos viajam: uns nos astros; outros, no túnel do tempo, alguns na maionese; tais, nos continentes, nos países, nas cidades; quais, a volta do seu bairro, ou em torno de si mesmos...

Uns, viajam para fugir; outros para encontrar, a insatisfação é geral, a vida é uma viagem-quem diz viagem, diz "viático"-todos chegamos à "velha porteira da estrada". Pois a vida é uma viagem interrompida...

Principalmente para quem viaja de avião. Ultimamente, o que tem acontecido de acidente aéreo não é brincadeira. Fico pensando em um passageiro qualquer, que contemplando as nuvens, sentiu a sublime obra da criação Divina. Imaginou-se o homem alado que viajou por ares nunca dantes viajados, que alçou vôo primeiro e por primeiro libertou-se da escravidão da terra, agora ouve a voz do comandante de um avião obsoleto dizer pelo alto falante da "aeronave" que a mesma vai cair e todos vão morrer.

Eu sei, viajor, que tinhas contigo, no íntimo, o sabor das esperanças, e nos lábios, o gosto dos desejos satisfeitos. Transpuseram, viajor, este umbral, mulheres lindas, mães, amigos e inimigos, ídolos, atletas e muitos anônimos.

Todos compraram passagens para o infinito, onde se convergem todos os caminhos, lá todos os corpos se tornam diáfanos. Estão no limiar da eternidade, quem fala sou eu, que não viajo de lá para cá, nem para o passado nem para o futuro.
Eu sou a velha porteira da estrada...

Vejam o prefixo dessas "coisas" PT (Paulo Tácito). Nada animador! - rsrsrs

5 comentários:

~*Rebeca*~ disse...

O Néctar da Flor oferece um selo DIGA NÃO AO PLÁGIO! Somos originas, porque somos únicos. Cada ser humano tem uma emoção individual. Por mais que as palavras e os pensamentos sejam parecidos, não temos o direito de pegar algo de alguém e dizer que é nosso. Não podemos trocar palavras e rasurar o sentir do próximo. Encontramos inspiração em alguém, na natureza, na vida, mas não temos o direito de copiar sentimentos. Inspiração é uma coisa, xerocar palavras alheias é outra.



Beijos jogados no ar, sempre!



[para pegar o selo clique na imagem]

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mARa disse...

Linda reflexão, somos eternos viajantes do Tempo em buca de tantos "algo"...assim vivemos até chegar a porteira de algum lugar.

Um beijo Lilás em tantas viagens.

Rafael Sperling disse...

Realmente, hoje em dia acidente aéreo é algo corriqueiro nos jornais... Mesmo assim, ainda é mais seguro andar de avião que de carro...
Abraço

Jacqueline disse...

Sabe, Paulo... eu viajo tanto... Viajo sem parar. Acordada, dormindo, olhos abertos ou fechados. Na verdade, quando olho para a realidade e vejo os aviões que caem, as catástrofes naturais que levam tantos, e assim tantos desastres da atualidade, tudo o que consigo pensar é que algo maior nos chama "em massa" e "com pressa" para fora daqui. E embora a tristeza pelos que ficam seja grande, como diz você, todos nós "compramos passagens para o infinito"!
Abraços

JESSÉ BARBOSA disse...

esta espécie de crônica ensaística
parece-me fazer um mergulho
profundo sobre o significado da da palavra viagem. com efeito, nossa vida é uma viagem prenhe de turbulências, acidentes trágicos e voos majestosos.

ah, obrigado pelo comentário.