O mundo sem face
E sem corpo
Pois o corpo não há mais
Não há mais uma lira
Não há mais uma sina
Não há mais uma vida
Resta-nos a melancolia
Resta-nos a pobre catalepsia
Do homem e a agonia
Resta-nos apenas
O sangue maldito
A cólera suprema
A dor de uma pena
De um poema sombrio
Na lágrima perdida
De um poeta martirizado,
Pois o mundo em nada mudou.
Nem o mais leve sentir do mundo
Nem o arquitetar o poema.
"Concha feliz não produz pérolas"
Tácito
2 comentários:
O mundo só nuda nas paisagensm mas a sina é a mesma.
Abraços.
T@cito: só duas estrofes, o que por si, já indica tristeza e melancolia; uma estrofe "nona" onde as palavras são, na sua maioria ,do campo semântico da ANGÚSTIA e do NEGATIVISMO( não, nunca, jamais, etc) e uma estrofe "DÉCIMA"onde "só nos resta...."
Não quero dizer mais, mas sei que virá o dia dessa libertação...Tantas almas o desejam, poeta querido!
BEIJINHO
Mª ELISA
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