sexta-feira, 23 de julho de 2010

CORACIONAL


O coração feral é o martelo do sangue,
Obsessivo pulsa ânsias e anseios doridos
Soa batuque soturno,
Tantãs a troar no escuro.


Vibrai vossa marreta, ó britador feroz

Que o medo passou, indagora

Na leva de um vulto algoz

Honra a quem enleado te namora.


Só não merece de ti nenhum sofrimento

Que morra na escuridão,

Os rudes traços

Dessa fênix de cimento.

Que não soe, depois de martelar
Cinzéis de sofrimento,

Os sinos de dobres macilentos.
Apenas o cicio das asas do pensamento...


Dinamita que o sangue jorra quente
Arfa e palpita delicadamente

Deixa no mármore frio,
Nódoas púrpuras e sombras.

Meu coração já fragmento coagulado
Meu corpo a triste dejeção da sorte

Meus desejos - lucros do passado...


Fibrila, nem feliz ou triste

Caminha garganta acima
Imita o coração, insiste.



Tácito

2 comentários:

Guará Matos disse...

Coração cansado e judiado quer permanecer.
Abraços.

Batom e poesias disse...

Soneto forte, denso.
Lindo.

bj

Rossana