quinta-feira, 12 de novembro de 2009

LUZ ACESA

Foto / Rita Teixeira

O coração faz que dorme
O escuro sabe segredos.

O néctar amargo dos medos
Nutriz das horas solitárias
tece o enredo
Para a noite prima-dona.

É o tempo, rota de vôos
Para viajar a tristeza.
Onde vai o escuro do instante?
A alvorada descerra nas
águas do dia.
Os patuás da mandinga...
E ser nada.

Quando percorro meus porões
Ainda encontro a dor,
Acordada no breu,
Petrificada.

A boca da noite
Sussurra insônia sem fim
Para que luz, se durmo
de olhos fechados?

Eu até me esforço,
Mas,
Por mais que eu abra os olhos
E brilhe a luz,
Anoitece.

(Deixa pois, a luz acesa!)


T@CITO/XANADU

5 comentários:

~*Rebeca*~ disse...

Xanadu,

Estamos fazendo uma blogagem coletiva, seria muito bom ter um poeta tão querido participando, mas fique à vontade pra aceitar, viu?

Noite de luz!

Rebeca

-

Anônimo disse...

Vi seu comentário Em no blog Canteiro Pessoal, e resolvi vir aqui conferir seus escritos: Muito bons!!!! Parabéns.
Deixo o convite para visitar o meu.

Chá das Cinco disse...

Foi mais que um comentário,foi um lindo poema Tácito.
Li a tua postagem, maravilhosa visão da saudade.
Gosto muito da tua presença no Chá das Cinco
Um beijo meu amigo

Layara disse...

...Bom dia!

olhos fechados na escuridão?

as duas Poesias se complementam,
os pensamentos de uma reverberam na outra.
Uma Luz é tudo o que esperamos que preceda o abrir dos olhos ja acostumados com a escuridao, dos nossos abissais poroes aniquilados de breu...
Para que Luz se durmo de olhos fechados?
Para que Luz se percorro um caminho de olhos fechados?
Para que Luz se é Noite o dia todo?

[refletindo na escuridão das palavras]

Beijo pois, a Luz? perceba está acesa.

JM Cunha Santos disse...

Irrompi a madrugada lendo poesias. Um bom exercício para minha alma cansada de guerra. Li também ´"O óbvio da representação". Gostei, concordei, discordei...não importa.Me bate forte o discurso vusual de "O espantalho", mas me comove profundamente este dizer: "Quando percorro meus porões/ainda encontro a dor/ acordada no breu/petrificada"