domingo, 19 de abril de 2009

POEMA DA MADRUGADA

Na pureza sem beleza,
da madrugada fria
penso em voltar para casa.
Mas, o que me dirias?
Desenterrar cravos muchos?
Meus olhos saltam
na direção asfáltica.
Manhã que surge,
despedindo a flora
cinzenta dos pântanos
imprecisos e indecisos.
Lavo meu torso nú
na fonte dos desejos
atormentados e aplacados.
Nervos tensos, crescem,
oprimem e se comprimem
nas estreitas passagens
que minha memória guardará,
como marcas indeléveis
de nomes armazenados
nas grandes altitudes.
inalcançáveis para meu corpo
aniquilado pelo cansaço
e pela solidão.
Agora ouço o clamor,
de uma gata vadia,
última mensagem
que a madrugada envia:
Enterrem, seus bêbados,
suas prostitutas; saudade
e solidão.
Seja feita a vontade da vida...
Abram alas para um novo dia.


T@CITO/XANADU

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