quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

SE NÃO FALO


No deserto que me foi imposto,
a palavra está em tudo.
É tensa a espera do grito,
ainda que a noite chegue.

É árido o escuro!
Sou o que não sai,
de perto da fonte da lua!
Bebo do seu caldo lácteo.

Guardo um pouco dele
em um velho odre,
Se há festim destroço-o.

O gozo nunca será embriaguês,
bebo com boca e mãos.
Mas, estará ácido se não falo.

(Nada poderá ser pintado de noite...)


T@ACITO/XANADU

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