quarta-feira, 21 de outubro de 2009

INFORTÚNIOS DE POETA


Quero o desatino
Quero o delírio
Quero a azáfama da loucura
Quero as artimanhas insidiosa da paixão
Quero a gangorra do desvario
Quero embriagar-me os sentidos
Quero saciar a sede de antigos amores

Embora, já se tornou inútil
andar querendo
andar sofrendo
andar sentindo
ou andar, simplesmente
De minhas mãos se desprendem
gestos solitários
tenho esperanças
tenho sementes
mas não tenho terras
onde semear

Não sinto
Sempre soube que não sinto
Consciência do não-sentir,
plena e total.
Coisas existem em mim,
situações vivem minha forma
Sem personagens
Sem encontros
Distâncias se realizam
e cada caminho é direção inexistente
que se fixa no nada.
Venha de onde vier,
pode ser de longe muito adiante.
Só há uma distância para mim:
Aquela que construo e conquisto,
a partir de mim mesmo
e do mais em que vivo.
Penso no teu nome
como uma confusão de letras
que alimenta minha sozinhês.
Te escrevo
Palavra e mulher
Querendo tua presença
Somando meus espaços noturnos.



2 comentários:

Vivian disse...

...um dia me disseram
ao pé-do-ouvido que todo
poeta é solitário.

será?

que sina!!!

beijo, lindo!

mARa disse...

Só posso dizer ou escrever ou pensar, Uauu! rssss...gostei que me enrosquei nessas palavras de neologismos: sozinhês!

Andando,falando,querendo,amando,esperando...
sozinho em movimentos solitários quero o desatino dos sentidos embriagados saciar minha sede...

Poema Sentido, erótico,triste, embriagante. Ficou Lindo! Parabéns!

beijo

[aqui nevoeiro de inverno em plena primavera, depois da tempestade, um novo dia de névoa e assim vamos.]