domingo, 22 de março de 2009

A U T Ó P S I A


" O amor é primo da morte, e da morte vencedor, por mais que o matem (e matam)a cada instante o amor." (Drummont)



Ainda que as coisas parecessem mortas,
estavam vivas.
Ainda que as madrugadas fossem frias,
em teu corpo encontrava calor.
Ainda que desbotada a cor,
Sabia que ainda havia luz.
Ainda que no mundo houvesse desencanto,
em seu rosto nunca vi pranto.
Ainda que a desilusão te causasse dor,
Eras capaz de amar.
Ainda que triste a sua história,
havia a certeza da sua vitória...
E quando tudo te afligia,
eu junto a ti apenas sorria...
E voltando os olhos para ti sorrindo,
te vi,sem olhar para trás,partindo...
Ainda que o silêncio de coisa nenhuma,
depois de tudo, em fim,
o porque de mim.



Um comentário:

Canteiro Pessoal disse...

Profundo !

"Eu tenho uma espécie de dever. Dever de sonhar. De sonhar sempre. Pois sendo mais do que uma espectadora de mim mesma. Tenho que ter o melhor espetáculo que posso. E assim, me construo a ouro e sedas. Em salas supostas. Invento palco, cenário. Para viver o meu sonho. Entre luzes brandas. E músicas invisíveis".
[fragmentos de Fernando Pessoa]


http://www.youtube.com/watch?v=NjE3m_nqnEo

Abraços !