quarta-feira, 4 de março de 2009

LIBERDADE


Chego em casa,numa dessas tardes em que o calor está de matar, não encontro ninguém. O que era de se esperar, todos já se foram, os filhotes criaram asas e voaram do ninho. Agora, penso que também deveria ter partido. No início até que "curti" um pouco a paz e a liberdade de morar só. Mas aos poucos o silêncio pesado foi criando nos meus ouvidos uma pressão esmagadora, uma sensação opressiva, quase claustrofóbica. Levanto-me, dou uma sacudida na cabeça, como que para espantar um mau pensamento e, ligo o aparelho de som, a TV, liquidificador, e outros Eletros igualmente barulhentos. Pronto, Agora parece que há vida.
Lá fora, alguns pássaros que estavam pousados em uma laranjeira, voaram assustados com a quebra daquela monotonia a que estão acostumados. Em alguns minutos apenas, volto a desligar os aparelhos. Todo aquele barulho, somado ao calor, findou por deixar-me um tanto irritado.
Talvez, assim como a passarada do jardim, eu também já estivesse acostumado ao silêncio. Afinal, nada disso é vida. Mas, apenas o barulho da vida.
Sirvo-me de uma bebida gelada e, saio para sentar-me a sombra no jardim. Os pássaros acostumados com a minha presença, começam aos poucos irem voltando, um a um.
Aos poucos, o silencio foi se enchendo de uma sinfonia maravilhosa, como só a maestria da natureza pode orquestrar.
Penso então, que toda aquela alegria se deve ao fato de poderem voar livres, dando vazão aos seus instintos naturais, e ignorando as gaiolas da vida. Puxa! que lição de vida nos dá essas coisinhas esvoaçantes...
Acho que também eu, deveria, romper toda forma de prisão; do mau-viver, a prisão-do-mau amar, das idéias pré concebidas, e dos preconceitos.
Sou poeta, me chamo Tácito, que quer dizer entre outras coisas, calado. mas assim como eles, os pássaros, devo cantar, calar é covardia.

O poeta deve mostrar com sua poesia,
sem desvio, sem rasura.
Tanto a luz do dia,
como a noite escura.

Tenho orgulho de ser poeta
disparo minhas palavras,
como o Cupido sua seta.
Temos como alvo o coração
veremos quem acerta.

Se aprende a viver sem sofrer,
É simples, é so querer.
Se quiseres te ensino
uma das formas de buscar.

Procure na simplicidade,a beleza.
No riso de uma criança,
nos rios e nas fontes,
acharás com certeza, é so olhar.

Verdes campos, luz de pirilampos,
Vento das campinas...
A felicidade mora em casa pequenina,
é só transpor a colina.

Felicidade que perdi outrora,
estava na mão e foi embora.
Senti tristeza e melancolia,
vendo a natureza,resolvo esperar mais um dia.

Ops! Aqui estou poetizando novamente, estou tão condicionado a isso que só preciso estar contemplativo, há algum tempo cheguei a pensar que seria patológico essa minha letargia... mas, não posso deixar de acordar pela manhã e constatar que a lua já passou, e que agora cantam os rouxinóis, é manhã, amanheceu...


"A poesia muda a vida em poesia."



T@CITO/XANADU

2 comentários:

Anônimo disse...

A sua inspiração me comove e de pé te aplauso.

O Conto Poético intitulado: LIBERDADE é simplesmente lindo, fonte inspiradora, que acorda meu ser e faz-me voar... amar... e como diz Ale Ruffini: "O amor é tão livre que deveria chamar-se LIBERDADE".

Me empolgo com o que você escreve, talvez não entenda tudo na essência, mas como leitora, faço da sua arte (poesias, poemas, contos...) um lugar de pesquisa, as tenho como um acervo bibliográfico.

Parabéns querido poeta.

Layara disse...

...lendo...

refletindo...